segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Aumente sua Semeadura

“E isto afirmo: aquele que semeia pouco, pouco também ceifará;
e o que semeia com
fartura com abundância também ceifará”. II Coríntios 9.6.
“Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para
alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira
e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendovos
em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por
nosso intermédio, sejam tributadas muitas graças a
Deus”. II Coríntios 9.10-11.
Participar com dinheiro no reino de Deus é um privilégio. O
Eterno é o dono do banco. Ele é o dono de todas as coisas.
“Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe”. Salmo 24.1.
NVI. O propósito de Deus, quando por meio das Escrituras
nos instrue, exorta e desafia a sermos doadores através dos
dízimos e ofertas é: nos abençoar! Abençoar nos livrando
avareza, que é idolatria; abençoar nos convidando para ser
parceiro com Ele; abençoar-nos com multiplicação e grandes
colheitas em todas as áreas da vida. “Pois, o que o homem
semear, isso também colherá”. Gálatas 6.7.
O Eterno é o exemplo de semeadura. A oferta de Cristo foi
sacrificial: “Pois conheceis a graça de nosso? Senhor Jesus
Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós”. II
Coríntios 8.9a. A doação de Cristo foi espontânea: “Sendo
rico se fez pobre por amor de vós”. II Coríntios 8.9b. A doação
de Cristo foi espiritual: “Rico, se fez pobre por amor de vós,
para que pela sua pobreza vos tornásseis ricos”. II Coríntios
8.9c.
A motivação para semear. A glória de Deus: “Desta graça,
ministrada por nós, para a glória do próprio Senhor”. II
Coríntios 8.19b. O bem da igreja e das pessoas. Dar de boa
vontade: “Se há boa vontade, será aceita”. Deve haver
honestidade em cumprir as promessas feitas a Deus: “O que
votei, pagarei”. Jonas 2.9.
Quando a pessoa se torna membro da igreja, ele se
compromete a sustentá-la com seus dízimos, ofertas, orações,
testemunho e cooperação de várias maneiras.
As recompensas da semeadura. Deus satisfaz nossas
necessidades: “Ora, aquele que dá semente ao que semeia,
e pão para o alimento...”. Deus multiplica os nossos
recursos: “Ora, aquele que dá semente ao que semeia, e
pão para o alimento, também, suprirá e aumentará a vossa
sementeira”. II Coríntios 9.10.
Aumente sua semeadura. “Aquele que semeia pouco, pouco
também ceifará; e o que semeia com fartura, com
abundância também ceifará”. II Coríntios 9.6. Tudo começa
com uma semente pra plantar. Olhe para a semente como
algo que pode se multiplicar e tornar mais. Tudo que você
possui pode ser plantado como uma semente. O amor é uma
semente. O testemunho é uma semente. O dinheiro é uma
semente. Um sorriso é uma semente. O tempo é uma semente.
O segredo do seu futuro esta diretamente relacionado com
as sementes que você planta hoje.
Seus dízimos e suas ofertas são sementes santas. Quando
você abre seu coração, Deus abre as janelas do céu: “Trazei
todos os dízimos a casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor
dos Exércitos, se eu não abrir a janela as janelas dos céus
e não derramar uma bênção sem medida”. Malaquias 3.10.

Depressão Espiritual

Por que você está assim tão triste?(...) Ponha a sua esperança em Deus! Salmo 42.5 (NVI)

A depressão parecer ser uma condição bastante comum entre os cristãos. Não me refiro à depressão clínica, que pode necessitar de tratamento psiquiátrico e psicológico especializado, mas à depressão espiritual, com a qual deveríamos ser capazes de lidar por nós mesmos.

O autor dos Salmos 42 e 43 (que evidentemente formam um único Salmo), é transparente acerca de sua depressão.
Para começar, ele está com sede de Deus (tão sedento quanto a corça pelas águas), porque está separado dele, passando por algum deserto, ou por algum tipo de exílio forçado. Ele recorda das grandes celebrações do passado quando “costuma ir com a multidão, à casa de Deus, com cantos de alegria e de ação de graças entre a multidão que festejava” (Salmo 42.4b). Ele tem saudades de celebrar junto com a comunidade o Poderoso Deus. E, anseia por retornar “ao altar de Deus, a Deus, a fonte da minha plena alegria”. (Salmo 43.4).

Sua tristeza, sua depressão se deve, no entanto, não somente à ausência de Deus, mas também à presença dos inimigos. Eles o provocam perguntando: “Onde está o teu Deus?” (Salmo 42.3,5). Eles fizeram esta pergunta em parte porque eram idólatras – seus deuses podiam ser vistos e tocados, enquanto o “Deus Vivo” (42.2) é invisível, intangível – e em parte porque Deus aparentemente não era capaz de defender seu povo.

Cada estrofe termina com o mesmo refrão, falando consigo mesmo: “Por que você está assim tão triste ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus” (Salmo 42.5,11;43.5).

As pessoas costumam dizer que falar sozinho é o primeiro sinal de loucura. Ao contrário, trata-se de um sinal de maturidade – embora dependa daquilo que estamos conversando conosco mesmos!
No texto o salmista se recusa a resignar-se à sua condição ou ao seu estado de espírito. Ele toma as rédeas de sua vida. Primeiramente, ele se questiona: “Por que você está assim tão triste tão abatida, ó minha alma?” Sua pergunta inclui uma repreensão implícita. Em seguida ele exorta a si mesmo: “Ponha a sua esperança em Deus!”. Somente Deus é digno de confiança.

Por fim ele diz a si mesmo: “Pois ainda o louvarei; ele que é o meu Salvador e o meu Deus.”
O uso duplo do pronome possessivo, “meu Salvador e meu Deus”, é muito significativo. O salmista está reafirmando sua relação de aliança com Deus, e nenhuma variação de humor pode destruir isso.

Nossa oração e alvo como igreja é para que toda a sua família possa ter essa aliança e essa relação com o Deus vivo e Verdadeiro. Queremos ver e nos alegrar com cada membro da sua família declarando de todo coração ao Senhor Jesus: “MEU Salvador e MEU Deus”. Amém?

John Stott (Transcrito e Adaptado do livro: A Bíblia Toda, O Ano Todo”. Pg 97)

Autoridade Espirtual

Fala-se muito, nos dias de hoje, sobre autoridade espiritual; alguns há que creditam tanto sua pretensa autoridade que a oferecem como "cobertura" para outros. Mas qual é a nossa autoridade para pastorear as ovelhas de Cristo? Entendo que a forma mais segura de responder a essa questão é observar Jesus Cristo concedendo essa autoridade para alguém.

Pedro, o apóstolo é o nosso homem. Jesus avisara a seu discípulo que Satanás pedira para cirandá-lo, para peneirá-lo como se faz com o trigo quando de separá-lo das impurezas e que Cristo havia rogado por ele para que sua fé não desfalecesse (Mc 14.27-31). É interessante Satanás se oferecendo para tirar de Pedro todas as impurezas, ele devia pensar que só encontraria impurezas e nenhum trigo. Bem, Pedro foi peneirado e, embora tivesse dito que estava pronto a morrer por Jesus, que o mestre jamais lhe seria um tropeço, ainda que o fosse para os demais, negou a Jesus Cristo, tal como fora avisado (Mc 14.66-72). Parece que só havia impurezas e nenhum trigo.

Como prometera Cristo ressuscitou ao terceiro dia e, entre as orientações que ultimou de seus anjos, convocou a Pedro para encontrar-se com ele na Galiléia ((Mc 16.7). A convocação foi nominal, não havia como o recalcitrante discípulo entender que não era consigo que o Ressurreto queria conversar. Encontraram-se no lugar combinado e, para surpresa geral, o Senhor, ao invés de aplicar ao moço uma severa advertência, perguntou-lhe se este o amava, por três vezes repetiu-lhe a pergunta, recebendo resposta afirmativa em todos os casos. É verdade que o Mestre, por duas vezes, usou para o verbo amar a palavra de descreve um amor incondicional, e que Pedro, o tempo todo, usou a palavra que descreve amizade, termo que o Salvador também usou na terceira inquirição. Pedro, contra todas as expectativas continuou afirmando que era mais amigo de Cristo que os demais, e, finalmente, chamou como testemunha, em sua defesa, a onisciência de Cristo, reconhecendo-o, implicitamente, como Deus (Jo 21.15-22).

Jesus, surpreendentemente, não contestou a Pedro e, mais, a cada uma de suas respostas comissionou-o, em relação ao seu próprio rebanho, para cuidar, alimentar e guiar as suas ovelhas; após o que ordenou-lhe que o seguisse por onde ele o desejasse. Concedeu-lhe o que hodiernamente é chamado de autoridade espiritual.

Com que autoridade Pedro exerceria o pastorado? Como ele lograria não ser denunciado pelo rebanho como falastrão, mentiroso, covarde e traidor? No que consistia a sua autoridade, afinal?

A autoridade de Pedro consistia em ser um pecador perdoado. Sua autoridade era o seu testemunho. Ele podia dizer sem medo: - Ele me perdoou e restaurou e pode fazer isso com qualquer ser humano. A autoridade de Pedro consistia no fato de ser ele portador de um milagre, pois, com todas as suas incoerências e inconstâncias ele amava a Jesus. E isto é um milagre, pois, naturalmente, não há quem busque a Deus (Rm 3.11). Ser salvo é voltar a amar a Deus e atingir o ápice da salvação é a amar a Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento. Tem Autoridade Espiritual aquele que pode testemunhar do perdão de seus pecados, de ter sido alvo do milagre de voltar a amar a Deus, e ter passado a seguir a Jesus sem prévias condições.

Alguém poderia objetar: - Se é isso! Então qualquer pessoa o pode! Contesto: - E não foi isso que os reformadores quiseram dizer ao ensinar sobre o sacerdócio universal dos santos?

Todos os cristãos podem e todos os cristãos devem.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Graça Barata

Teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer popularizou nos meios teológicos a expressão “graça barata” por meio de seu livro Discipulado (Nachfolge) escrito em 1937. Logo nas primeiras páginas, ele faz um alerta contra a graça barata dizendo:

A graça barata é inimiga mortal de nossa Igreja… (…) Graça barata significa justificação do pecado, e não do pecador. (…) A graça barata é a graça que nós dispensamos a nós próprios. A graça barata é a pregação do perdão sem arrependimento, é o batismo sem a disciplina de uma congregação, é a Ceia do Senhor sem confissão dos pecados, é a absolvição sem confissão pessoal. A graça barata é a graça sem discipulado, a graça sem cruz, a graça sem Jesus Cristo vivo, encarnado. (…)


Bonhoeffer contrasta a graça barata com a graça preciosa, pela qual, segundo ele, devemos lutar:

A graça preciosa é o tesouro oculto no campo, por amor do qual o homem sai e vende com alegria tudo quanto tem; a pérola preciosa, para adquirir a qual o comerciante se desfaz de todos os seus bens; o governo régio de Cristo, por amor do qual o homem arranca o olho que o escandaliza; o chamado de Jesus Cristo, ao ouvir do qual o discípulo larga as suas redes e o segue. A graça preciosa é o Evangelho que há que se procurar sempre de novo, o dom pelo qual se tem que orar, a porta à qual se tem que bater. Essa graça é preciosa porque chama ao discipulado, e é graça por chamar ao discipulado de Jesus Cristo; é preciosa por custar a vida ao homem, e é graça por, assim, lhe dar a vida; é preciosa por condenar o pecado, e é graça por justificar o pecador. Essa graça é sobretudo preciosa por tê-lo sido para Deus, por ter custado a Deus a vida de seu Filho - fostes comprados por preço - e porque não pode ser barato para nós aquilo que para Deus custou caro. A graça é graça sobretudo por Deus não ter achado que seu Filho fosse preço demasiado caro a pagar pela nossa vida, antes o deu por nós. A graça preciosa é a encarnação de Deus.

Desde a primeira leitura de Discipulado em 1986, Bonhoeffer se tornou meu teólogo favorito. Como ele, creio que existe a possibilidade de tornar algo tão precioso e belo como a graça de Deus em um conceito vazio, destituído de qualquer poder transformador, uma graça que justifica o pecado, e não o pecador.

Avivamento Pessoal

Atos 9:10-19

Dr. Shedd afirma que avivamento pessoal e comunitário é resultado de pedido fervoroso pelo derramamento do Espírito Santo e Martin Loyd-Jones é taxativo ao dizer que avivamento depende da pregação das doutrinas ortodoxas da Bíblia. Shedd afirma, ainda, que o avivamento traz uma grande sede por santificação e um ardente amor pelas almas perdidas. É a Palavra e a oração produzindo santidade e evangelização.
Um avivamento cria prazer na prática da oração. Como as crianças gostam de brincar e os jovens se empolgam no campo de futebol, os avivados gostam de orar, afirma o nosso amado Dr. Shedd.
Billy Graham conta que quando o John Hyde estava à caminho do campo missionário na Índia, recebeu um telegrama de um velho amigo de seu pai, com a seguinte pergunta , Você está cheio do Espírito Santo? Amassou o telegrama irritado com a insinuação que não estava cheio do Espírito Santo, afinal era um missionário de boa reputação.
Desceu ao camarote e de alguma forma o Espírito Santo lhe inquietou. Desamassou o telegrama, releu, caiu de joelhos e implorou a Deus que lhe enchesse do Espírito Santo. Entregou tudo ao Senhor, em rendição total, e clamou com fé pelo poder do Espírito em sua vida.
Por causa dessa gloriosa experiência Deus pode usa-lo para deflagrar o grande avivamento da Índia e depois foi o instrumento divino para o grande avivamento da Coréia entre 1902 e 1905.
Jonatham Godorth, lá na sua missão na Mandchúria, China, ouviu falar desse avivamento e foi motivado a buscar o enchimento do Espírito Santo. E, pouco tempo depois, foi usado por Deus para irromper o grande avivamento da Mandchúria, considerado um dos maiores reavivamentos de todos os tempos.
Billy Graham conclui: três grandes avivamentos com milhares de almas salvas e a igreja fortalecida em três nações diferentes por causa de um homem que buscou e encontrou o avivamento pessoal.
Assim como John Hyde, Paulo também encontrou o avivamento pessoal. Deus usou Ananias para ajudar Paulo a encontrar esta grande bênção. Ananias orou e Paulo foi cheio do Espírito Santo. A partir daquele momento Paulo era outro homem e estava pronto para fazer toda a vontade de Deus e viver intensamente para a Sua glória e cumprir cabalmente o ministério que recebeu do Senhor Jesus Cristo.
Esta bênção é também para os nossos dias, é também para você. Busque e encontrará, pois Deus deseja ardentemente enche-lo do Seu Espírito. ``Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração e serei achado de vós, Jeremias 29:13,14a.

Jugo Suave

Os rabinos são intérpretes da Lei. Sua ocupação é discernir como viver a vontade de Deus expressa na Lei. Por esta razão têm autoridade para proibir e permitir, dizer o que pode e deve ser feito para que a Lei seja cumprida e que não pode e não deve ser feito para que a Lei seja abolida. O conjunto de permissões e proibições de um rabino consistia no “jugo do rabino”. Todo rabino tem um jugo, que seus discípulos assumem como a melhor maneira de cumprir a Lei. Todo rabino ensina sob o jugo de outro rabino. Até que apareça algum rabino que afirme ter seu próprio jugo, independentemente do jugo dos rabinos mais antigos. Para ganhar autoridade de ter seu próprio jugo, o novo rabino deve ser autorizado por pelo menos dois rabinos reconhecidos pela comunidade de rabinos. Quando um novo rabino ganha autorização para ter seu próprio jugo, é dito que ele ganhou as chaves do reino, e agora está apto para permitir e proibir, isto é, dizer o que deve e o que não deve, o que pode e o que não pode ser feito por quem deseja cumprir a Lei.

Jesus entrou em cena sob o testemunho de João Batista, e sobre ele se materializou o Espírito Santo na forma corpórea de uma pomba, seguida da voz dos céus: “Este é meu Filho amado, ouçam o que ele diz”. Dessa maneira, Jesus recebeu autorização de duas fontes de autoridade para ter seu próprio jugo, isto é, recebeu as chaves do reino, e desde então passou a ensinar dizendo: “Ouvistes o que foi dito, eu, porém, vos digo”. Convidava pessoas para que se submetessem ao seu conjunto de permissões e proibições dizendo: “Meu jugo é suave e meu fardo é leve”. Ao final de seu ministério terreno disse a Pedro, que representava a igreja, a comunidade dos discípulos de Jesus: “Dou a vocês as chaves do reino”, e assim transferiu à sua igreja a autoridade para ligar e desligar, proibir e permitir.

Os apóstolos compreenderam isso e utilizaram essa prerrogativa em Atos 15, quando decidiram aliviar o jugo que pesava sobre os ombros dos novos cristãos, decidindo que estavam livres de cumprir a Lei de Moisés, devendo observar apenas três ou quatro regras. Em 1Coríntios 7 o apóstolo Paulo também usou “as chaves do reino” para legislar a respeito do divórcio. No tempo de Jesus os rabinos que seguiam Hilel acreditavam que se podia divorciar por qualquer motivo, enquanto os discípulos de Shamai admitiam o divórcio somente em caso de imoralidade sexual. Jesus concordou com Shamai. Mas o apóstolo Paulo acrescentou mais um motivo legítimo para o divórcio: o abandono pelo descrente por motivo da fé de seu cônjuge convertido.

As comunidades cristãs têm nas mãos as “chaves do reino”, isto é, têm o direito e o dever de avaliar o jugo que se deve impor aos discípulos cristãos em cada contexto sócio-cultural aonde chega o evangelho. Toda comunidade cristã deve ter a coragem de afirmar “pareceu bem a nós e ao Espírito Santo não lhes impor nada além das seguintes exigências...”. Tanto o moralismo legalista quanto a permissividade libertina causam mal às pessoas que pretendem viver de modo digno do Evangelho de Jesus Cristo.
____________________________
Para aprofundar sua reflexão, recomendo: Bell, Rob. Velvet Elvis. Zondervan.

Líderes precisam tirar toalha e bacia do armário

De todas as funções que precisam ser resgatadas na Igreja, a de servo é a principal e mais urgente. Esta é a convicção do pastor Lázaro Aguiar Valvassoura, Superintendente da Igreja do Nazareno no Brasil e pastor da Igreja do Nazareno Central de Campinas.

Aguiar, como é conhecido, falou no último dia 15 de agosto, durante café de pastores realizado na Igreja Evangélica de Campinas. Durante a palavra, os cerca de 80 pastores presentes inclinavam suas cabeças à frente, em aprovação à palavra ouvida.

— A liderança brasileira precisa restaurar o ministério de servo — disse Aguiar. ´Estamos vivendo hoje uma situação inusitada. Ser pastor hoje é pouco. No mínimo, as pessoas querem ser vice-Deus.

Querem ser chamadas de bispos, de apóstololos. Há até irmãs que ferem a língua-mãe e se auto-denominem bispa, uma palavra que sequer existe no dicionário. O feminimo de bispo é episcopisa.

Está na hora dos homens de Deus do Brasil tirarem a toalha e a bacia do armário, pregou Aguiar. Se Jesus fez, também devemos fazer.

Aguiar relembra: Depois de pregar uma mensagem gloriosa, Jesus se fecha em uma sala. Os discípulos estão, pensando que coisa incrível Jesus faria naquela hora, afinal tinha acabado de ressuscitar um homem, Lázaro, e entrara festivamente em Jerusalém.

Jesus saiu e voltou com uma toalha nas mãos e uma bacia com água. É a primeira vez que Deus se ajoelha aos pés do homem. É impossível lavar os pés de alguém sem se ajoelhar. E olha que Judas também estava lá. Jesus também lavou os pés de Judas.

Jesus começou pelos pés. E, infelizmente, o que vemos hoje, é uma multidão de líderes querendo fazer a cabeça de seus liderados, da igreja. Se você quiser fazer a cabeça de alguém, comece lavando seus pés. As ferramentas de um líder cristão são a bacia e a toalha. Ferramentas de um servo, de um escravo por amor. E aqueles homens serviam a Deus e às pessoas. Não serviam a denominações, a instituições.

Não serviam a si mesmos. Precisamos voltar às nossas bases, ao serviço. Aguiar Valvassoura conta que desde o ano passado uma enfermidade o levou a fazer uma revisão produnda do seu ministério. Enquanto estava sendo curado, foi levado a uma intimidade com Deus e a rever valores.

O principal, que tem mudado sua vida é uma verdade simples, mas que por não ser aplicada, atrapalha a muitos líderes. ‘A Igreja não é nossa, é do Senhor’. O Senhor diz que sobre a revelação de que Ele é o Filho do Deus vivo edificaria a Sua igreja. Precisamos servir mais e deixar que o próprio Deus governe a Sua casa, concluiu o pastor.

Sabe qual é a senha para entrarmos na glória de Deus? Ouvir esta palavra do Todo Poderos”: ‘Bom está, servo bom e fiel’. Você é o líder de uma igreja de 100 mil membros? Seja servo e fiel nisto. É líder de uma igreja de 40 pessoas? Seja servo e fiel nisto. Ambas não pertencem a ninguém.Todas são propriedade exclusiva de Deus.

Pastorear em Meio ao Caos

Domingo, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Assentado num dos primeiros bancos do templo, levanto os olhos para verificar se os músicos já estão prontos. Todos têm uma cópia da liturgia do culto, a qual foi previamente preparada durante a semana. Olho para minha Bíblia para verificar se o esboço do sermão está colocado no lugar exato da passagem a ser lida. Olho ao redor e vejo todos bem arrumados e assentados e, aparentemente, prontos para adorar a Deus e ouvir Sua palavra. Levanto-me e caminho até a frente para saudar a todos. Tenho em mim certa sensação de que tudo está sob controle. Assim, aos domingos a vida pastoral não parece ser tão difícil. Exige certo trabalho, sim. Mas, com alguma dedicação e preparo prévio, tudo pode ser arranjado de forma que esteja sob controle.

Terça-feira, oito horas e cinqüenta e oito minutos. Após um agradável dia de folga, estou iniciando uma nova semana de serviço pastoral. Logo pela manhã, recebo um telefonema de uma mulher que no último Domingo, assentada de braços dados com seu marido, participava de forma contagiante do culto. Com a voz trêmula, ela informa que o marido acabou de deixar a família. No dia seguinte, recebo a notícia de que um dos presbíteros da Igreja, um dos que participaram da Ceia do Senhor no último Domingo foi hospitalizado em caráter urgente e precisa ser submetido a uma cirurgia muito delicada. Na Quinta-feira entra no gabinete pastoral uma das jovens da equipe de louvor. Cumprimento-a pela linda música que cantou no culto de Domingo. Em seguida, sem levantar os olhos, ela conta-me que está grávida de seu último namorado. Chego na Sexta-feira precisando preparar a mensagem e a liturgia do próximo Domingo com a sensação de que tudo está fora de controle e o mundo retornou ao caos.

Assim, como muitos outros pastores, deparo-me com a realidade de que, apesar do Domingo ser um dia essencial no serviço pastoral, muito deste ministério precisa ser feito em meio ao caos de Segunda a Sábado. Para o aumento de meu desespero, constato que recebi muitas ferramentas para ser um bom pastor no ambiente dominical, mas estou desprovido de recursos para lidar com o mundo hostil de Segunda a Sábado. Preciso então desenvolver a arte de pastorear em meio ao caos, ou como Eugene H. Peterson coloca, "a arte de orar em meio ao tráfico".


Vender Mapas ou Guiar Vidas

Certa vez, lendo e meditando sob o encontro de Filipe com o oficial etíope descrito no capítulo oito de Atos, fui conduzido a uma profunda reavaliação de meu ministério diante de um comentário sobre o verso 31. Segundo o relato bíblico, após ser questionado por Filipe quanto à compreensão do que vinha lendo, o oficial etíope respondeu com outra pergunta: "Como poderei entender, se alguém não me explicar?"

Sempre tive por óbvio o sentido do verbo aqui traduzido por "explicar" até que percebi que o termo grego ali usado é o verbo hodogéu (guiar ou conduzir). Este verbo foi utilizado na antigüidade para definir a atividade dos guias que conduziam pessoas através do deserto. Eles tinham os pés nos mesmos caminhos que as pessoas que guiavam, enfrentavam o calor do meio-dia, bem como o frio das noites.

Em franco contraste com a imagem dos guias, temos os vendedores de mapas. Estes últimos se apresentam das formas mais criativas, possuem idéias tremendas acerca dos desertos, são detentores de um grande poder de persuasão e prometem muitas vantagens aos interessados em seu produto. No entanto, eles não ousam caminhar ao lado das pessoas debaixo do sol escaldante ou em meio às noites frias. O papel deles restringe-se a oferecer mapas para os mais variados desertos da vida.

O oficial etíope, quando questionado por Filipe, declara a necessidade de ser acompanhado por um guia através de sua jornada espiritual. Em Atos 8.31 encontramos Filipe entrando na carruagem, sentando-se ao lado do oficial e seguindo com ele o caminho. E, começando por onde aquele homem se encontrava, guiou-o até Jesus (Atos 8.35). A opção de Filipe não é a de vender mapas, mas de guiar aquele homem.

O ministério pastoral, quando centralizado somente nos eventos dominicais, em muito pode se aproximar da atividade desenvolvida pelos vendedores de mapas. O ambiente pode ser preparado para inspirar, a música ensaiada para emocionar e as palavras elaboradas para motivar, mas, o distanciamento das pessoas e do caos em que vivem pode fazer deste momento um ato de se vender mapas. Diferentemente, quando o ministério pastoral é vivido em meio ao caos e há disposição de se estar próximo e atento às crises e às dores das pessoas, a imagem cristã do guia espiritual é resgatada na comunidade. O pastor torna-se aquele que ministra com relevância não apenas aos Domingos, mas especialmente entre Domingos, guiando e conduzindo pessoas através das crises e em meio ao caos.


Oração, Escrituras e Mentoria

No desafio de pastorear vidas em meio ao caos, creio que um dos grandes obstáculos que encontramos na atualidade é a visão errônea de que cabe a nós, pastores, a tarefa de resolver problemas. No mundo científico-industrial em que vivemos, problemas são vistos como barreiras a serem transpostas, e isso de forma mais prática e imediata possível. Assim, espera-se que "bons pastores" sejam pessoas prontas para responder a qualquer questão, para dar o palpite certo em tempos de indefinição e para orar com "eficácia" diante da enfermidade, desemprego, crise familiar, entre outras coisas.

Diferentemente, na tradição cristã, os problemas são vistos não como barreiras a serem transpostas de forma imediata e pragmática, mas, como mistérios a serem explorados. Por sua vez, os pastores não são vistos como miniaturas de Deus que resolvem os problemas que lhe são apresentados, mas, como homens e mulheres prontos a caminhar, em amor e em discernimento, ao lado daqueles que enfrentam a crise e o caos. Nesta jornada, mais importante do que a solução para a dor é a percepção de Deus e de Sua ação.
Por isso, como pastores, precisamos resgatar a prática da oração. Na medida em que oramos, ganhamos sensibilidade para perceber o que Deus está fazendo em nossas próprias vidas. Nossa própria história ganha sentido na medida em que percebemos o mover de Deus em nossa existência, nos conduzindo, nos lapidando e nos amando. A oração, diferentemente de muitas práticas contemporâneas, nos torna mais prontos ao mover de Deus e à confiança no que Ele está fazendo.

Além da oração, precisamos também resgatar a leitura sensível das Escrituras. Quando lemos e meditamos nas Escrituras, ganhamos sensibilidade para perceber como Deus está, constante e ativamente, presente na vida de Seu povo ao longo da História. A leitura das Escrituras oferece-nos a percepção e a convicção de que não existe casualidade, nem mesmo fatalidades. Por detrás de eventos e encontros, Deus está agindo na vida de Seu povo e a nós cabe estarmos sensíveis e atentos ao Seu mover.

No entanto, tanto a oração e a leitura sensível das Escrituras não podem ser tidas por práticas alienadoras e individualizantes. Ambas nos exercitam rumo ao pastoreio de vidas como guias que conduzem pessoas através do caos. Enquanto a oração nos convida à sensibilidade para com a ação de Deus em nossas próprias vidas, a leitura das Escrituras nos conduz à percepção da ação de Deus na História. No entanto, ambas nos preparam para a mentoria, a sensibilidade para com o que Deus está fazendo na vida daqueles que nos cercam.


Conclusão

Antigamente, como afirma Eugene Peterson, não existia muita diferença entre o que o pastor fazia aos Domingos e o que realizava entre Domingos. Tanto aos Domingos como entre Domingos, a tarefa pastoral era caracterizada pelo serviço de guiar homens e mulheres ao longo de seus desertos existenciais, através de suas crises e dores. Neste serviço, pastores faziam uso da oração e da leitura das Escrituras. No entanto, atualmente, o serviço pastoral tem se distinguido em "Ministério aos Domingos" e "Ministério entre Domingos". E a grande mudança tem se dado no caráter das atividades que um pastor faz "entre Domingos", as quais têm sido grandemente definidas como práticas para "tocar uma Igreja" assim como um empresário toca sua empresa.

No entanto, estou convencido de que a grande carência de nossas igrejas na atualidade não é a de grandes visionários com suas propostas megalomaníacas, nem de marqueteiros com suas técnicas para aumentar a visibilidade e a aceitação das igrejas no mercado, nem muito menos de "vendedores de mapas" que articulam com maestria as palavras. Nossas igrejas estão necessitando de pais dispostos a viver com seus filhos, conduzindo-os através de suas limitações e crises, com amor e paciência na direção da maturidade em Cristo Jesus. Nossas comunidades precisam de guias que, através da oração e da Palavra, ajudem as pessoas a caminharem através de suas crises e a viverem em meio ao caos.

Quem é Jesus?

Mateus 16.13-20

Introdução:

Em Mateus 16, do verso 13 ao 20, Jesus, enquanto caminhava para Cesaréia, aldeia ao norte da Galiléia, administrada por Filipe, perguntou aos seus discípulos sobre o que o povo pensava dele. Queria saber que identidade lhe atribuía.

Para você Quem é Jesus?

Destacamos aqui neste texto tres coisas importantes:

1) EM PRIMEIRO LUGAR, JESUS FEZ A MAIS IMPORTANTE PERGUNTA. (VS. 13b)

Quem diz o povo ser o filho do Homem?...”
  • Quem é Jesus?
  • Qual a sua identidade?
  • Quais são seus atributos e suas obras?
  • A vida depende dessa resposta...o povo estava confuso acerca da pessoa mais importante do mundo.
  • Eles compararam Jesus apenas com um grande Homem ou um grande profeta VS.14

Aplicação: a igreja de hoje sabe quem é Jesus de fato?

  • Ao longo da historia houve vários debates acerca de quem é Jesus.
  • Os Ebionitas acreditavam que Jesus era apenas uma emanação de Deus
  • Os Gnósticos não acreditavam na sua eternidade
  • Hoje há aqueles que acreditam que Jesus é um espírito iluminado, um mestre....
  • À aqueles que escarnecem Jesus o colocando como um homem mortal que se casou com Maria madalena e teve filhos, como ensina o livro Código da Vinci.
  • Quem é Jesus para você?
  • Talvez sua motivação esteja fazendo você apenas acreditar que ele tem coisas boas para oferecer a você, mas de fato o que Jesus representa para sua vida? O que ele é na sua vida? Qual o grau de relacionamento que vc tem com ele?

2) EM SEGUNDO LUGAR, O POVO ESTÁ PERDIDO NA QUESTÃO CRUCIAL DA VIDA (VS. 14)

  • A multidão tinha opiniões acerca de Jesus e não convicções.
  • O povo tinha uma visão distorcida de Jesus, pois o viam apenas como um grande mensageiro de Deus e não como o próprio Deus encarnado. Havia varias opiniões acerca de Jesus, exceto a verdadeira. Muitas pessoas ouvem falar, até mesmo o confessam, mas não o conhecem como o verdadeiro Deus.
  • Se você não souber com clareza quem é Jesus você estar perdido na questão mais importante da vida. A vida, morte e ressurreição bem como sua obra expiatória não são assuntos laterais, mas a própria essência do cristianismo.
  • O Cristianismo é muito mais que um conjunto de doutrinas
  • Ele é uma pessoa. O cristianismo tem a ver com a pessoa de Cristo. Ele é o centro, o eixo, a base, o alvo e a fonte de toda a vida cristã. Fora dele não há redenção nem esperança.
  • Ele é a fonte de onde procedem todas as bênçãos.

3) EM TERCEIRO LUGAR, PEDRO REVELA A ESSÊNCIA DA PERGUNTA DE CRISTO (VS. 16)


“ Tu é o Cristo, o filho do Deus Vivo”...

  • William Hendriksen diz que o crente é aquele que esta desejoso, de opor-se à oposição que é contraria a das massas.
  • John Charles Ryle diz que essa declaração ousada de Pedro foi feita quando Jesus foi visto como um judeu comum, sem majestade, riqueza ou poder. Ela foi feita quando os lideres religiosos de Israel recusaram receber a Jesus como Messias. Ainda assim Pedro disse: “Tu és o Cristo”.
  • Sua fé não foi abalada pela pobreza de Jesus nem sua confiança foi atingida pela oposição dos mestres da lei e dos fariseus.
  • Ele firmemente confessou que o homem a quem seguia era de fato o Messias prometido, o filho de Deus.
  • A resposta de Pedro foi fruto da revelação do Pai.
  • Sem a obra de Deus em nós não podemos compreender nem confessar a Jesus como o messias.


Conclusão:

Quem é Jesus para você? Você é a multidão confusa em busca de bênçãos ou os discípulos como Pedro que compreendeu que Jesus é o Cristo Vivo!

5 razões que qualificam o Cristo vivo:

  1. Ele veio como messias prometido nas sagradas escrituras
  2. Ele veio para destruir as obras do Diabo
  3. Ele veio para trazer redenção ao ser humano caído.
  4. Ele veio realizar milagres como os vários que ele realizou no seu ministério
  5. Ele é o Cristo Vivo e voltará


quinta-feira, 25 de setembro de 2008

" Tudo posso naquele que me fortalece" Um estudo exegético de Filipenses 4.13

Será que o Cristão pode fazer de tudo? Será que temos, por meio de Cristo, poder para realizar qualquer feito? O que é que Paulo quis dizer com esta declaração ousada?

O contexto imediato

Esta passagem tem sido entendida por muitos Cristãos como uma afirmação geral de que realmente “tudo” podemos fazer. Como sempre é necessário observar o contexto da passagem. O contexto imediato (Fil 4:10-20) indica que Paulo está tratando de necessidades pessoais. Podemos ver isso quando ele usa frases e termos como “pobreza” (v. 11) “fartura e fome”; “abundância e escassez” (v. 12); “dar e receber” (v. 15) e “necessidades” (vv. 16 e 19). Todas estas palavras e frases tratam de necessidades físicas e imediatas como comida e moradia. Ele pessoalmente passou por necessidades nestas áreas e está mostrando como Cristo lhe deu força para enfrentá-las.Paulo poderia, de repente, sair deste contexto para formalizar uma afirmação sobre todas as necessidades em geral. Ou, como alguns entendem pela frase isolada, ele poderia dizer que, por meio de Cristo, consegue realizar de tudo. No entanto, para fazer isso, seria esperado que Paulo desse algum sinal de tal mudança. A ausência de uma sinalização não impede de forma categórica esta possibilidade. Mas, sendo que o contexto imediato é satisfatório, e que não há evidência clara dele ter intencionado uma afirmação mais geral, devemos concluir que o ponto dele neste versículo é de que, dentro das necessidades pessoais (embora estas necessidades sejam enormes), com Cristo, ele terá tudo que precisa para lidar com elas.

Como Paulo usava “tudo”

Ajuda-nos a entender que Paulo, como autores e oradores modernos, às vezes usava o adjetivo “tudo” (gr. panta de pas) para se referir à maior parte ou à maioria de uma categoria, sem necessariamente se referir a algo em sua totalidade.
Podemos ver este tipo de uso em passagens como 1 Cor. 9:22 “...Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns.” Paulo não quis dizer que havia se tornado absolutamente tudo para com toda a humanidade. O ponto dele foi de que ele se esforçou, negando seus próprios interesses e tendências, para influenciar todos aqueles com quem ele teve contato e oportunidade. De forma parecida, em Colossenses 1:28 Paulo afirmou “o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. Aqui Paulo não quis dizer que ensinava literalmente todos os homens existentes, nem que aquilo que ele ensinava fosse toda a sabedoria existente. O ponto dele, novamente, se restringia àqueles dentro do seu raio de alcance e à sabedoria necessária e suficiente para a plena vida em Cristo. Da mesma forma, em Fil 2:21, ao dizer “pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.” Paulo não estava se referindo à totalidade da raça humana, nem a todos da cidade de Roma, onde ele se encontrava (Fil 1:13). Ele estava se referindo a muitos outros que não se preocupavam com seus interesses da forma como Timóteo havia feito. Mas, presumimos que Paulo contaria entre aqueles em quem confiava pessoas como Epafrodito (4:18) e os da casa de César (4:22). Portanto, ele não estava relegando nem a raça como um todo, nem toda a população de Roma ao grupo dos que “buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus.” Ele quis dizer que muitos eram assim, porém Timóteo era diferente.De igual modo, ao dizer em Fil 4:13 “Tudo posso naquele que me fortalece”, Paulo não quis dizer “tudo” num sentido absoluto. O que ele quis dizer era que, de todas as coisas que havia passado que necessitavam de poder para enfrentar, como pobreza, fome, escassez e necessidades, Cristo supria toda esta força que ele precisava. É neste sentido que Paulo escreveu “Tudo posso naquele que me fortalece”. Pelo que já havia passado, Paulo tinha confiança, e quis passar esta mesma confiança aos Cristãos em Filipos, de que Cristo havia de suprir toda a força que eles precisavam, seja qual fosse a situação. É por isso que ele encoraja os Cristãos em Filipos com as palavras “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (4:19).

O foco da passagem

Embora muitas traduções modernas como a NVI, ARA e BJ traduzam o verso praticamente igual como “tudo posso naquele que me fortalece”, aqui a NTLH traz uma tradução bastante interessante “Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação”. Esta tradução é salutar, pois coloca a ênfase em Cristo e demonstra que o objetivo não é as conquistas do homem e sim sua capacitação para, com Cristo, enfrentar as situações, tão adversas quanto forem, que a vida traz.É um eqúivoco pensar que o ponto de Paulo é que, com Cristo, ele pode alcancar grandes realizações ou conquistas. Paulo, embora falando das coisas que fazia por conta própria, já descartou a imporância das grandes realizações pessoais. Em 3:4-8 Paulo relembrou suas grandes conquistas em nome do zelo religioso. Daí, ele mostrou como o simples conhecer e comunhão com Cristo eram muito superior a todas as suas conquistas (3:8,10). Dificilmente Paulo agora estaria chamando a atenção dos Cristãos em Filipos para a idéia de realizar grandes coisas, mesmo com Cristo. O ponto de Paulo é de assegurar estes irmãos de que, na abundância ou na adversidade, Cristo os faria fortes o suficiente para lidar com qualquer situação, permanecendo fiéis a Ele.

Perigo de interpretação

Existe pelo menos um perigo de uma interpretação demasiadamente genérica deste versículo. Crentes podem ficar frustrados ou duvidando das promessas de Deus se tentarem coisas que consideram dentro da vontade de Deus, mas falharem. “Cristãos frequentemente anunciam, ‘Tudo posso naquele que me fortalece’, para assegurar a outros (e a eles mesmos) que podem ser bem sucedidos em empreendimentos para os quais eles podem ou não ser qualificados. Fracasso subsequente os deixa transtornados com Deus como se ele tivesse quebrado uma promessa!”
Se “tudo posso naquele que me fortalece” significa que posso realizar qualquer obra ou feito, desde que seja algo que Deus teoricamente ia querer, então haverá muita frustração, pois nem sempre Deus de fato faz tudo que pode. Deus podia ter evitado que Cristo morresse na cruz (Mat 26:53). Certamente Ele não queria que Cristo tivesse que morrer na cruz. Mas, por causa do grande amor dEle por nós (outro aspecto da sua soberana vontade), Ele permitiu. Se nem Deus sempre faz tudo que pode e tudo que quer, podemos concluir que nem tampouco o homem fará, ou que Deus o fará por meio dele.A Paulo, um homem de fé sincera e poderosa, foi negado algo bom e desejável que pediu ao Senhor – uma cura. Em 2 Coríntios 12:8-9 vimos que, apesar de toda sua fé e amor ao Senhor, Paulo não recebeu o que queria. Tudo posso naquele que me fortalece? Sim, se for da vontade de Deus. Paulo tinha o dom de curar e curou muitas pessoas, chegando a curar todos numa ilha inteira (Atos 28:7-9). Mas, houve ocasião em que Paulo não pôde curar um discípulo próximo a ele, Trófimo (2 Tim 4:20). Tudo posso naquele que me fortalece? Sim, dentro dos limites que Deus estabelece e permite. Haverá ocasiões em que vamos querer fazer coisas boas, até coisas para Deus, mas não conseguiremos, porque não era a vontade de Deus naquele momento, ou naquela situação, ou com aquela pessoa.
A respeito desta passagem D.A. Carson alerta:- Uma antiga preferência é Filipenses 4.13: "... tudo posso naquele que me fortalece". O "tudo" não pode ser completamente ilimitado (e. g., saltar sobre a lua, resolver "de cabeça" complexas equações matemáticas ou transformar areia em ouro); portanto, a passagem geralmente é exposta como um texto que promete aos crentes a força de Cristo em tudo o que eles têm a fazer ou em tudo o que Deus lhes ordena que façam. Sem dúvida, este é um conceito bíblico; contudo, no que se refere a esse versículo, dá-se pouca atenção ao contexto. O "tudo" aqui consiste em viver alegre em meio a fartura ou fome, em abundância ou escassez (Fp 4.10-12). Seja qual for sua situação, Paulo pode lutar com alegria por meio de Cristo, que o fortalece.

Concluímos que o ponto de Paulo em Filipenses 4:13 quanto àquilo que ele pode fazer se refere à força para enfrentar situações que a vida traz a ele, especificamente no sentido de necessidades pessoais. Mas a ênfase não está nele só, e sim nAquele que lhe dá esta força – Cristo Jesus. O versículo pode ser dividido em duas partes “tudo posso” e “naquele que me fortalece”. O mundo declara com orgulho e confiança “tudo posso” e pronto. O Cristão corrige, com humildade temperada pela fé em Jesus “Sei que enfrentarei muitas dificuldades nesta vida, e que sozinho seria derrubado, mas, ‘Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação’.”Hoje em dia os Cristãos ainda enfrentam as incertezas do desemprego, o medo da violência e da doença. É preciso assegurá-los de que, com Cristo, podemos lidar com qualquer situação, não importa quão adversa for. Podemos confiar em Deus de que Ele nos dará a força que precisamos. Basta caminharmos junto a Jesus.

E o “tudo” que podemos fazer?

Alguns ainda querem saber, "o homem pode fazer tudo o que ele precisa fazer?" Até isso, na verdade, é relativo. O homem às vezes pensa que precisa fazer algo, tenta fazer e se frustra quando não consegue. Ele declara que Deus não existe, ou reclama que Deus não ouviu suas orações. Mas, Deus muitas vezes sabe que há uma grande diferença entre o que o homem pensa que precisa e o que ele realmente precisa. Quando era jovem namorei uma moça e pensei que precisava casar com ela. Não deu certo. Acabei esperando até quase 40 anos de idade para casar. Hoje, sei que Deus me deu, graças à sua vontade que é sempre melhor, a esposa que eu realmente precisava. Dentro da vontade soberana (e para nós muitas vezes misteriosa) de Deus, sim, diria que o homem pode fazer o que precisa. Mas, esse fazer nem sempre será o que ele quer. Prova disso é que há muita coisa que, além de poder fazer, devíamos fazer, mas nem sempre fazemos. Talvez a grande questão não é se Deus me capacita para fazer tudo que preciso. Dentro da soberana vontade dEle, Ele sempre capacita. O problema é que eu nem sempre quero fazer tudo para o qual Ele me capacitou. Talvez para Deus parece que queremos saber se podemos fazer de tudo, quando tão pouco fazemos com o “tudo” que já podemos. Que Deus nos ajude a, como Paulo, nos contentarmos não só com aquilo que Ele nos deu, mas com aquilo que Ele nos capacitou a fazer, e esmeremo-nos ao fazê-lo.

sábado, 6 de setembro de 2008

Dando uma chance para Deus

O casamento já, há muito, estava abalado, procuraram o pastor; este, depois de ouvir a ambos, sugeriu que dessem uma chance para Deus.
E como se faz isso? A pergunta surgiu a ambos ao mesmo tempo.
Concordando com Deus, disse o pastor. E se explicou: Deus estabeleceu um padrão para o relacionamento conjugal. Ao marido orientou que se sacrificasse pela esposa, tratando-a como parte de si, e criando as condições para que se realize como pessoa. À mulher orientou a permitir que o marido fosse o líder do lar.
O pastor expôs que esta rua é de mão dupla: o marido entra com a responsabilidade de gerar o ambiente para a felicidade da esposa, e esta entra com a anuência à sua liderança.
Agora, no caso, nem o marido achava que a esposa valia o sacrifício, nem esta achava que ele ainda tivesse crédito para ser líder de quem quer que fosse.
O pastor explicou que era aí que residia o “dar uma chance para Deus”: esquecendo o passado, confiar que o Senhor trabalharia em ambos, tornando-os o que deveriam ser. Confiar em Deus, explicou, é sair do barco, como Pedro, isto é, agir contra a lógica humana. Todo o mundo sabe que a água não sustenta ninguém de pé; mas Jesus foi andando sobre a água! E agora? O que é a verdade? O que todo o mundo sabe ou o que Jesus está fazendo e nos convidando a fazer?
Quer dizer que vou deixá-lo decidir, mesmo achando que ele faz tudo errado? É isso! Disse o pastor. Acredite que, ao conceder-lhe a liderança, porque liderança uma concessão da parte dos liderados, Deus terá o ambiente necessário para operar o milagre que ele precisa. Conceder-lhe a liderança é respeitá-lo e apoiá-lo.
Quer dizer que devo me sacrificar por alguém que vive a humilhar-me e a desconsiderar tudo o que digo? O processo é o mesmo. Disse o pastor. Ao fazê-lo criará o ambiente que Deus precisa para operar o milagre que precisa ser realizado. E, sacrificar-se por sua esposa é, para além do tratamento carinhoso, considerar na tomada de decisões tudo o que gera insegurança nela.
Lembrem-se! Insistiu o pastor. Vocês não estão fazendo um gesto a partir do que vêem um no outro, mas, sim, por aceitar o convite de Cristo para andar sobre as águas, crendo que ele sustenta sobre as águas os que, a seu convite, saem do barco. Vocês decidem que vão começar a agir a partir da palavra dele, e ele os sustenta nessa caminhada. A gente, sob oração, vigia em obedecer e ele se digna a nos sustentar.
Gente, andar com Deus é, em princípio, andar sobre as águas!
Vivemos num mundo que não obedece a Deus. Portanto, andar com Deus é, na maioria das vezes, andar contra o senso comum. Então, arrematou o pastor: Em nome de Cristo eu os convido andar sobre as águas.
E silêncio se fez…

este artigo foi extraido do arquivo Graça de Deus de Ariovaldo Ramos

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O Espirito Santo e as Missões

O Pentecoste em Atos 2 como manifestação construtora do Espírito na formação do caráter da Igreja.

Neste artigo pensaremos juntos sobre a relação do Espírto Santo com a obra missionária, a clara ligação entre Sua manifestação em Atos 2 e Atos 13 e a promoção da evangelização aos de perto e aos de longe.Se olharmos o panorama mundial da Igreja evangélica perceberemos que o crescimento evangélico foi 1.5 % maior que o Islã na ultima década. O Evangelho já alcançou 22.000 povos nestes últimos 2 milênios. Temos a Bíblia traduzida hoje em 2.212 idiomas. As grandes nações que resistiam o Evangelho estão sendo fortemente atingidas pela Palavra, como é o caso da Índia e China, que em breve deverão hospedar a maior Igreja nacional sobre a terra. Um movimento missionário apoiado pela Dawn Ministry plantou mais de 10.000 igrejas-lares no Norte da Índia na última década, em uma das áreas tradicionalmente mais fechadas para a evangelização. No Brasil menos evangelizado como o sertão nordestino, o norte ribeirinho e indígena, e o sul católico e espírita, vemos grandes mudanças na última década, com nascimento de novas igrejas, crescimento da liderança local e um contínuo despertar pela evangelização. No Brasil urbano a Igreja cresceu 267% nos últimos 10 anos. Apesar dos diversos problemas relativos ao crescimento e algumas questões de sincretismo que são preocupantes no panorama geral, vemos que o Evangelho tem entrado nos condomínios de luxo de São Paulo e nos vilarejos mais distantes do sertão, colocando a Palavra frente a frente com aquele que jamais a ouvira antes. Há um forte e crescente processo de evangelização no Brasil.Duas perguntas poderiam surgir perante este quadro: qual a relaçao entre a expansao do Evangelho e a pessoa do Espírito Santo ? E quais os critérios para uma Igreja, cheia do Espírito, envolver-se com a expansão do Evangelho do Reino ?Em uma macro-visão creio que esta relação poderia ser observada em três áreas distintas, porém, interrelacionadas: a essência da pessoa do Espírito e Sua função na Igreja de Cristo; a essência da pessoa do Espírito e Sua função na conversão dos perdidos; e por fim a clara ligação entre os avivamentos históricos e o avanço missionário.A essência da pessoa do Espírito e sua função na Igreja de Cristo.Em Lucas 24 Jesus promete enviar-nos um consolador, que é o Espírito Santo, e que viria sobre a Igreja em Atos 2 de forma mais permanente. Ali a Igreja seria revestida de poder. O termo grego utilizado para ‘consolador’ é ‘parakletos’ e literalmente significa ‘estar ao lado’. É um termo composto por duas partículas: a preposição ‘para’ - ao lado de - e ‘kletos’ do verbo ‘kaleo’ que signfica chamar. Portanto vemos aqui a pessoa do Espírito, cumprimento da promessa, habitando a Igreja, estando ao seu lado para o propósito de Deus.Segundo John Knox a essência da função do Espírito Santo é estar ao lado da Igreja de Cristo, fazê-la possuir a Face de Cristo e espalhar o Nome de Cristo. Nesta percepção, O Espírito Santo trabalha para fazer a Igreja mais parecida com seu Senhor e fazer o nome do Senhor da Igreja conhecido na terra.A essência da pessoa do Espírito e sua função na conversão dos perdidos.Cremos que é o Espírito Santo quem convence o homem do seu pecado.O homem natural sabe que é pecador porém apenas com a intervenção do Espírito ele passa a se sentir perdido. Há uma clara, e funcional, diferença entre sentir-se pecador e sentir-se perdido. Nem todo homem convicto de seu pecado possui consciência de que está perdido, portanto, necessitado de redenção. Se o Espírito Santo não convencer o homem do pecado e do juizo, nossa exposição da verdade de Cristo não passará de mera apologia humana.A Igreja plantada mais rapidamente em todo o Novo Testamento foi plantada por Paulo em Tessalônica. Ali o apóstolo pregava a Palavra aos sábados nas sinagogas e durante a semana na praça e o fez durante 3 semanas, nascendo ali uma Igreja. Em 1º Tess. 1:5 Paulo nos diz que o nosso evangelho não chegou até vos tão somente em palavra (logia, palavra humana) mas sobretudo em poder (dinamis, poder de Deus), no Espírito Santo e em plena convicção (pleroforia, convicção de que lidamos com a verdade). O Espírito Santo é destacado aqui como um dos três elementos que propiciou o plantio da igreja em Tessalônica. Sua função na conversão dos perdidos, em conduzir o homem à convicção de que é pecador e está perdido, sem Deus, em despertar neste homem a sede pelo Evangelho e atraí-lo a Jesus é clara. Sem a ação do Espírito Santo a evangelização não passaria de apologia humana, de explicações espirituais, de palavras lançadas ao vento, sem público, sem conversões, sem transformação.A clara ligação entre os avivamentos históricos e os movimentos missionários.Se observarmos os ciclos de avivamentos perceberemos que a proclamação da Palavra torna-se uma consequência natural desta ação do Espírito. Vejamos.Fruto de um avivamento, a partir de 1730 John Wesley durante 50 anos pregou cerca de 3 sermões por dia, a maior parte ao ar livre, tendo percorrido 175.000 km a cavalo pregando 40.000 sermões ao longo de sua vida.Fruto de um avivamento, em 1727 a Igreja moraviana passa a enviar missionários para todo o mundo conhecido da época, chegando ao longo de 100 anos enviar mais de 3.600 missionários para diversos países.Fruto de um avivamento, em 1784, após ler a biografia do missionário David Brainard, o estudante Wiliam Carey foi chamado por Deus para alcançar os Indianos. Após uma vida de trabalho conseguiu traduzir a Palavra de Deus para mais de 20 línguas locais e sua influência permanece ainda hoje.Fruto de um avivamento, em 1806 Adoniram Judson tem uma forte experiência com Deus e se propõe a servir a Cristo, indo depois para a Birmânia, onde é encarcerado e perseguido durante décadas, mas deixa aquele país com 300 igrejas plantadas e mais de 70 pastores. Hoje, Myamar, a antiga Birmânia, possui mais de 2 milhões de cristãos.Fruto de um avivamento, em 1882 Moody pregou na Universidade de Cambridge e 7 homens se dispuseram ao Senhor para a obra missionária e impactaram o mundo da época. Foram chamados “os 7 de Cambridge”, que incluía Charles Studd (sua biografia publicada no Brasil chama-se “O homem que obedecia”). Foi para a África, percorreu 17 países e pregou a mais de meio milhão de pessoas. Fundou A Missão de Evangelização Mundial (WEC International) que conta hoje com mais de 2.000 missionários no mundo.Fruto de um avivamento, em 1855 Deus falou ao coração de um jovem franzino e não muito saudável para se dispor ao trabalho transcultural em um país idólatra e selvagem. Vários irmãos de sua igreja tentavam dissuadí-lo dizendo: “para que ir tão longe se aqui na América do Norte há tanto o que fazer ?” Ele preferiu ouvir a Deus e foi. Seu nome é Simonton (1833-1867) que veio ao nosso país e fundou a Igreja Presbiteriana do Brasil.Fruto de um avivamento, em 1950 no Wheaton College cerca de 500 jovens foram chamados para a obra missionária ao redor do mundo. E obedeceram. Dentre eles estava Jim Elliot que foi morto tentando alcançar a tribo Auca na Amazônia em 1956. A partir de seu martírio houve um grande avanço missionário em todo o mundo indígena, sobretudo no Equador. Outro que ali também se dispôes para a obra missionária foi o Dr Russel Shedd que é tremendamente usado por Deus em nosso país até o dia de hoje.Tendo em mente, nesta macro-estrutura, os três níveis de relação entre o Espírito Santo e as Missões, podemos observar alguns valores bíblicos sobre este tema, revelados em Atos 2, durante o Pentecoste. O Pentecoste e as MissõesO Espírito Santo é a pessoa central no capítulo 2 de Atos e Lucas é justamente o autor sinóptico que mais fala sobre Ele utilizando expressões como “ungido” pelo Espírito, ou “poder” do Espírito ou ainda “dirigido” pelo Espírito (Lc 3:21; 4:1, 14, 18) demonstrado que na teologia Lucana o Espírito Santo era realmente o ‘Parakletos’ que viria. O Pentecoste, dentre todas as festas judaicas, era, segundo Julius, o evento mais frequentado e acontecia sob clima de reencontros já que judeus que moravam em terras distantes empreendiam nesta época do ano longas jornadas para ali estar no quinquagésimo dia após a páscoa.Chegamos ao momento do Pentecoste. Fenômenos estranhos aos de fora e incomuns à Igreja aconteceram neste momento e a Palavra os resume falando sobre um som como “vento impetuoso” (no grego ‘echos’, usado para o estrondo do mar); “línguas como de fogo” que pousavam sobre cada um, “ficaram cheios do Espírito Santo” e começaram a falar “em outras línguas”. Lucas fecha a descrição do cenário com a expressão no verso 4: “segundo o Espírito lhes concedia”. Outras línguas. O texto no versículo 4 utiliza o termos eterais glossais para afirmar que eles falaram em outras glosse , línguas, expressão usada para línguas humanas, idiomas. Mas, a fim de não deixar dúvidas, no versículo 8, o texto nos diz que cada um ouviu em sua “própria língua” usando aqui o termo dialekto que se refere aos dialetos ali presentes. As línguas faladas, e ouvidas, portanto eram línguas humanas e não línguas angelicais, neste texto em particular, no Pentecoste. Mas onde ocorreu o milagre? Naquele que falou ou nos ouvidos dos que ouviram ? É possivel que tenha sido nos ouvidos dos que ouviram pois a mensagem, pregada, foi compreendida idia dialekto - no próprio dialeto de cada um. O certo, porém, é que Deus atuou sobrenaturalmente a fim de que a mensagem do Cristo vivo fosse compreendida, clara e nitidamente, por todos os ouvintes. Em meio a este momento atordoante (vento, fogo, som, línguas) o improvável acontece. Aquilo que seria apenas uma festa espiritual interna para 120 pessoas chega até as ruas. O caráter missiológico do evangelho é exposto. O Senhor com certeza já queria demonstrar desde os primeiros minutos da chegada definitiva do Espírito sobre a Igreja que este poder – dinamis de Deus - não havia sido derramado apenas para um culto cristão restrito, a alegria íntima dos salvos ou confirmação da fé dos mártires. O plano de Deus incluía o mundo de perto e de longe em todas as gerações vindouras e nada melhor do que aquele momento do Pentecoste quando 14 nações, ali presentes e, no meio desta balbúrdia da manifestação de Deus, cada uma – milaculosamente – passou a ouvir o Evangelho em sua própria língua. Era o Espírito Santo mostrando já na sua chegada para o que viria: conduzir a Igreja a fazer Cristo conhecido na terra. Em um só momento Deus fez cumprir não apenas o “recebereis poder” mas também o “sereis minhas testemunhas”. A Igreja revestida nasceu com uma missão: testemunhar de Jesus.Daí muitos se convertem e a Igreja passa de 120 crentes para 3.000, e depois 5.000. Não sabemos o resultado daqueles representantes de 14 povos voltando para suas terras com o Evangelho vivo e claro, em sua própria língua, mas podemos imaginar o quanto o Evangelho se espalhou pelo mundo a partir deste episódio. Certamente o primeiro grande movimento de impacto transcultural da Igreja revestida.No verso 37 lemos que, após o sermão de Pedro, em que anuncia Cristo, “ouvindo eles estas coisas, compugiu-se-lhes o coração” e o termo usado aqui para compungir vem de katanusso, usado para uma “forte ferroada” ou ainda “uma dor profunda que faz a alma chorar”. A Palavra afirma que “naquele dia foram acrescentadas quase três mil almas”. O Espírito Santo usando o cenário do Pentecoste para alcançar homens de perto e de longe.Podemos retirar daqui algumas conclusões bem claras. Uma delas é que a presença do Espírito Santo leva a mensagem para as ruas, para fora do salão e alcança apenas pelos quais o sangue de Cristo foi derramado. Desta forma é questionável a maturidade espiritual de qualquer comunidade cristã que se contente tão somente em contemplar a presença do Senhor. A presença do Espírito, de forma genuína, incomoda a Igreja a sair de seus templos e bancos. A Não se contentar tão somente com uma experiência cúltica aos domingos. A procurar, com testemunho Santo e uso da Palavra de Deus, fazer Cristo conhecido aos que estão ao seu redor.Havia naquele lugar, ouvindo a Palavra de Deus através de uma Igreja revestida de Poder pelo Espírito Santo, homens de várias nações distantes, judaizantes, além de judeus de perto, que moravam do outro lado da rua. De terras distantes, o texto, Atos 2: 9 a 11, registra que havia “nós, partos, medos, e elamitas; e os que habitamos a Mesopotâmia, a Judéia e a Capadócia, o Ponto e a Ásia, a Frígia e a Panfília, o Egito e as partes da Líbia próximas a Cirene, e forasteiros romanos, tanto judeus como prosélitos, cretenses e árabes-ouvímo-los em nossas línguas, falar das grandezas de Deus”. Uma Igreja revestida da Espírito deve abrir seus olhos também para os que estão longe, além barreiras, além fronteiras, nos lugares improváveis, onde Cristo gostaria que fôssemos.Que efeitos objetivos na construção do caráter da Igreja produziu a presença marcante e transformadora do Espírito ?A ação do Espirito Santo não produz uma Igreja enclausuradaEsta Igreja cheia do Espírito Santo passa a crescer onde está e em Atos 8 o Senhor a dispersa por todos os cantos da terra. E diz a Palavra que, “os que eram dispersos iam por toda parte pregando a Palavra”. Vicedon nos ensina que uma Igreja cheia do Espírito é uma igreja missionária, proclamadora do Evangelho, conduzida para as ruas.A ação do Espírto Santo não produz uma Igreja segmentadaApós a ação do Espírito sobre os 120, depois 3.000, depois 5.000, não houve segmentação, divisão, grupinhos na comunidade. Certamente eles eram diferentes. Alguns preferiam adorar a Deus no templo, outros de casa em casa. Alguns mais formais, judeus e judaizantes, outros bem informais, gentios. Alguns haviam caminhado com Jesus. Outros não o conheceram tão de perto. Mas esta Igreja possuía um só coração e alma, como resultado direto do Espírito Santo. Competições, segmentações, grupinhos, portanto, são uma clara demonstração de carnalidade e necessidade de busca de quebrantamento e entrega a ação do Espírito na vida da Igreja. A ação do Espírito Santo não produz uma Igreja autocentradaCertamente uma Igreja que havia experimentado o poder de Deus, de forma tão próxima e visível, seria impactada pelo sobrenatural. Porém, quando a ação sobrenatural é conduzida pelo Espírito Santo a única pessoa que se destaca é Jesus, a única pessoa exaltada é Jesus, a única que aparece com louvores é Jesus. Esta Igreja que experimentou o Espírito no Pentecoste passa, de forma paradoxal, a falar menos de sua própria experiência e mais da pessoa de Cristo. O egocentrismo eclesiástico não é compatível com as marcas do Espírito.Creio, assim, que nossa herança provinda do Pentecoste precisa nos levar a sermos uma Igreja nas ruas (não enclausurada), uma Igreja Cristocêntrica com amor e tolerância entre os irmãos (não segmentada ou partidária), uma Igreja cuja bandeira é Cristo, não ela mesma (não egocêntrica), e por fim uma Igreja proclamadora, que fala de Cristo perto e longe. Que as marcas do Pentecostes continuem a se manifestar entre nós.

Doentes sem remédios

referência (Lc.13:10 – 13)

A história desta mulher tem vários elementos muito interessantes que vamos analisar. Geralmente as pessoas necessitadas iam onde Jesus estava pedindo ajuda por si ou por alguém. Nesta ocasião Jesus entra na sinagoga, lugar de reunião para adoração. Ali se lia a Palavra de Deus, se orava, se escutava as melhores exposições dos sábios. Ali todos os dias se reuniam os fariseus para discutir e interpretar a Palavra de Deus e implantar mais leis rigorosas.
Porém, ali também em meio a tudo isso, se encontrava uma mulher que todos os dias entrava ali para adorar. Aquela mulher se arrastava todos os dias de sua casa até a sinagoga. Os sábios a conheciam, mas a ignoravam. Entrava e saia todos os dias daquele lugar de adoração, mas nada de diferente lhe acontecia.
Os fariseus estavam mais interessados em suas discussões teológicas do que as necessidades, as dores e o espírito de enfermidade que dominava aquela mulher há dezoito anos. Um demônio opressor causava a enfermidade nela, e sua religião não podia fazer nada. Aquela mulher entrava e saia atormentada todos os dias. É com pesar que digo isto, mas acontece o mesmo em nossos templos hoje. Os fariseus não tinham poder e autoridade porque também estavam encurvados, ainda não se tinham dado conta disso, mas estavam dominados por um espírito de religiosidade, de legalismo, de orgulho, de justiça própria e obras mortas.
Como um preso poderá libertar o outro? Como um cego poderá guiar outro?As sinagogas viviam cheias aos sábados, como se enche os templos hoje nos domingos, escutava-se um sermão eloqüente e um ensino de poder. Porem, sem a Glória (sheknah) de Deus, sem milagres, libertação, sem denunciar o pecado e as opressões do diabo, enfim, sem discernimento espiritual.
Podemos fazer o mesmo hoje, viver religiosamente, cantar, dançar, levantar as mãos, porem, ocultando pecados, correntes infernais e preservando os demônios em meio ás nossas reuniões.Esta era a triste condição daquela mulher, por 18 anos dentro das portas da sinagoga, fielmente ofertando, orando e escutando a palavra de Deus, porem, encurvada.
Geralmente, quando se coloca excesso de peso, a tendência é se encurvar. O peso que aquela mulher carregava era terrível, nem os familiares, nem os amigos e nem os religiosos podiam ajudá-la. No verso 11 diz: “... de forma alguma podia endireitar-se”. Por certo ela já tinha buscado algumas alternativas, mas se deu por vencida. Segundo alguns estudiosos, suas vértebras se fundiram e era impossível consertar.
E este é mais um engano de satanás.Será que uma encurvada há tanto tempo poderá se endireitar? Isso é possível? É melhor se conformar e continuar indo ao templo encurvada, pois não tem remédio mesmo! Este é um outro engodo do diabo. Prossiga encurvada com o peso desta ferida emocional, não tem remédio mesmo, nunca poderás endireitar-se, isso é impossível! Continue assim! Esse é o seu destino.
Na verdade, quando estamos encurvados, temos dificuldade de olhar para cima, e se conseguir por alguns instantes, é com muito sacrifício e segue o circulo vicioso. Aquela mulher encurvada, dobrada, escondia seus seios, sua face, tudo que lhe proporciona a produzir frutos estava oculto nela. O encurvado oculta o fruto que pode produzir para Deus. Enquanto está encurvado debaixo do peso que carrega... Enfermidade, pecado, ferida ou opressões, não poderá dar o melhor de si.
Alguma coisa aconteceu naquele dia, Jesus entrou na sinagoga. E Ele não se impressionou com aquele ambiente de religiosidade, ofertas, obediência rigorosa aos estatutos e ritos, nem a eloqüência da mensagem. Jesus entrou e seus olhos fixaram só em uma coisa... a mulher encurvada na última fila. As mulheres na sinagoga ocupavam os últimos lugares, elas não adoravam juntas com os homens, havia uma cortina que separava, mas Jesus a viu. Jesus vê.
Seus olhos percorrem toda a terra, tua casa, teu trabalho, tua escola, o templo, etc. Naquele momento Ele olhou e pode recordar que quando ela nasceu era uma criança saudável, uma jovem produtiva, até que um dia o inferno a atacou e veio sobre ela uma opressão demoníaca e a encurvou e nos últimos 18 anos a subjugou.
Ao seu redor estavam os que diziam conhecer a Deus e servi-lo, os presunçosos observadores da lei de Moisés, os que se ostentavam em dizer que eram da linhagem de Abraão e detentores de todas as promessas de Deus, permitiam que uma irmã na fé vivesse em tal opressão. Jesus se referiu a ela como uma filha de Abraão.
Aquela mulher tinha que ser liberta. Jesus a chamou, houve silencio na sinagoga alguém sussurrou! “Que faz este homem chamando essa mulher?” Literalmente Ele disse: “você está sendo liberta deste espirito de enfermidade”. E para não ficar só na palavra, Ele lhe impôs as mãos e a libertou. 18 anos encurvada e agora volta a se endireitar. 18 anos sem poder trabalhar, dar frutos, levantar a cabeça e as mãos e, num instante, volta a endireitar-se.
É provável que ela tenha dito: “Tantos anos entrei e sai deste lugar. Cumpri com minha religião, fiz tudo o que me ensinavam, fiz minhas orações, sempre trazendo meus dízimos e ofertas e não esquecendo dos sacrifícios. Mas foi este Homem que consegui solucionar meu estado de dor e sofrimento e se compadeceu de mim e me endireitou”.
Não deveria haver encurvados, pois eles estão assim por falta de controle, por ex: enfermidade, feridas do passado, decisões mau tomadas, por pecados cotidianos ocultos que não foram confessados e por serem coniventes com aquilo que é abominável diante de Deus.
Os encurvados não podem produzir nem dar frutos, pois estão impossibilitados, é necessário serem curados primeiro.
Assim como aquela mulher, encurvada e sem remédio, existem muitos hoje freqüentando nossas igrejas e Jesus pode te dizer agora: homem, mulher; endireita-te. É tempo de andar ereto. Levanta esta cabeça. Pare de olhar para o chão, você não nasceu assim, olhe para cima. Você nasceu para andar direito e me glorificar. No entanto, endireita-te em meu nome, isto não é um pedido, é uma ordem.
Tomamos posse daquilo que Jesus já conquistou para nós.Deus te abençoe


Escrito por: Pr. Djalma Barros

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

E Deus Mudou de Idéia

Texto 2 Reis 20.1-11

Introdução:

Quem pode mudar a mente de Deus?
Quando olhamos para a vida do rei Ezequias, observamos no texto que Deus mudou de idéia em relação a sua saúde. O profeta Isaias disse pra ele colocar sua casa em ordem porque certamente morreria.

1) NEM TODAS AS COISAS QUE DEUS DECLARA A RESPEITO DO FUTURO SÃO TERMINANTEMENTE IRREVOGÁVEIS .

. Ezequias teve uma atitude diante de seu problema...
. Ezequias recebeu uma palavra de sentença da parte de Deus dizendo que ele morreria...
. Como você esta reagindo diante de situações semelhantes a essa do Rei Ezequias?
. Há pessoas que se entregam...
. Deixam de crer numa mudança sobrenatural de sua situação
. Perdem as esperanças relacionadas ao ato salvifico de Cristo na Cruz do calvário.
. A Bíblia diz que ele levou sobre si os nossos pecados e enfermidades...
. Precisamos usar nossa fé e orar, orar e orar e também se humilhar

Veja o que Ezequias fez: vs.2

“ Virou Ezequias o rosto para a parede e orou ao Senhor, dizendo: Lembra-te, Senhor, peço-te, de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de coração, e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo.”


Vejamos o testemunho de Ezequias no capitulo 18:3

“ e fez o que era reto perante o Senhor, segundo tudo o que fizera Davi , seu pai”...

. Removeu os altares
. Confiou no Senhor Deus de Israel
. Apegou-se ao Senhor
E o Senhor foi com ele
. Por causa de sua oração e vida Deus mudou de idéia:

2) E DEUS MUDOU DE IDÉIAS E O CUROU, ACRESCENTANDO MAS 15 ANOS DE VIDA AO REI EZEQUIAS.

. Devemos sempre manter a convicção bíblica de que a oração, realmente, muda as coisas (VS.4-7)
. As orações dos crentes têm efeito sobre Deus. O que acontece na vida das pessoas e da própria igreja é determinado por Deus e pelas nossas orações.
. O texto sagrado diz que antes de Isaias sair da região central da cidade; ele recebe uma ordem de Deus dizendo: Volta e diz a ele que eu mudei de idéia por causa da sua oração e suas lagrimas...
. E ainda depois de curá-lo Deus acrescentou mas 15 anos de vida a ele, dando o privilégio de clamar em favor de Jerusalém e livrar a cidade e o povo das mãos do rei a Assíria.

3) O QUE VOCÊ VAI FAZER DEPOIS DE RECEBER O MILAGRE DE DEUS

. Ezequias ainda teve o privilégio de continuar servindo esse Deus de milagres
. E depois de alguns anos o rei da assíria tenta invadir Jerusalém e insulta a Deus através de uma carta dizendo que como as outras nações caíram , Jerusalém cairia diante dele também.
. E Ezequias clama a Deus dizendo: 2 Reis 19: 14-19 nos livra Senhor e mostra a todos que só tu é o Senhor Deus.
. O que seria de Juda se o Rei Ezequias tivesse morrido naquela ocasião.

. Deus cura Ezequias e depois de quinze anos Deus o usa para interceder por Jerusalém e salvar o seu povo.

Conclusão:

. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus... o Deus que determina a morte , muda de idéia por causa da oração de um homem temente e faz dele um grande servo em suas mãos para a gloria de Deus.
. Não perca oportunidade, clame a Deus para ele mudar sua sorte, e depois de ter mudado faça conhecido o nome do Senhor...