quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Doentes sem remédios

referência (Lc.13:10 – 13)

A história desta mulher tem vários elementos muito interessantes que vamos analisar. Geralmente as pessoas necessitadas iam onde Jesus estava pedindo ajuda por si ou por alguém. Nesta ocasião Jesus entra na sinagoga, lugar de reunião para adoração. Ali se lia a Palavra de Deus, se orava, se escutava as melhores exposições dos sábios. Ali todos os dias se reuniam os fariseus para discutir e interpretar a Palavra de Deus e implantar mais leis rigorosas.
Porém, ali também em meio a tudo isso, se encontrava uma mulher que todos os dias entrava ali para adorar. Aquela mulher se arrastava todos os dias de sua casa até a sinagoga. Os sábios a conheciam, mas a ignoravam. Entrava e saia todos os dias daquele lugar de adoração, mas nada de diferente lhe acontecia.
Os fariseus estavam mais interessados em suas discussões teológicas do que as necessidades, as dores e o espírito de enfermidade que dominava aquela mulher há dezoito anos. Um demônio opressor causava a enfermidade nela, e sua religião não podia fazer nada. Aquela mulher entrava e saia atormentada todos os dias. É com pesar que digo isto, mas acontece o mesmo em nossos templos hoje. Os fariseus não tinham poder e autoridade porque também estavam encurvados, ainda não se tinham dado conta disso, mas estavam dominados por um espírito de religiosidade, de legalismo, de orgulho, de justiça própria e obras mortas.
Como um preso poderá libertar o outro? Como um cego poderá guiar outro?As sinagogas viviam cheias aos sábados, como se enche os templos hoje nos domingos, escutava-se um sermão eloqüente e um ensino de poder. Porem, sem a Glória (sheknah) de Deus, sem milagres, libertação, sem denunciar o pecado e as opressões do diabo, enfim, sem discernimento espiritual.
Podemos fazer o mesmo hoje, viver religiosamente, cantar, dançar, levantar as mãos, porem, ocultando pecados, correntes infernais e preservando os demônios em meio ás nossas reuniões.Esta era a triste condição daquela mulher, por 18 anos dentro das portas da sinagoga, fielmente ofertando, orando e escutando a palavra de Deus, porem, encurvada.
Geralmente, quando se coloca excesso de peso, a tendência é se encurvar. O peso que aquela mulher carregava era terrível, nem os familiares, nem os amigos e nem os religiosos podiam ajudá-la. No verso 11 diz: “... de forma alguma podia endireitar-se”. Por certo ela já tinha buscado algumas alternativas, mas se deu por vencida. Segundo alguns estudiosos, suas vértebras se fundiram e era impossível consertar.
E este é mais um engano de satanás.Será que uma encurvada há tanto tempo poderá se endireitar? Isso é possível? É melhor se conformar e continuar indo ao templo encurvada, pois não tem remédio mesmo! Este é um outro engodo do diabo. Prossiga encurvada com o peso desta ferida emocional, não tem remédio mesmo, nunca poderás endireitar-se, isso é impossível! Continue assim! Esse é o seu destino.
Na verdade, quando estamos encurvados, temos dificuldade de olhar para cima, e se conseguir por alguns instantes, é com muito sacrifício e segue o circulo vicioso. Aquela mulher encurvada, dobrada, escondia seus seios, sua face, tudo que lhe proporciona a produzir frutos estava oculto nela. O encurvado oculta o fruto que pode produzir para Deus. Enquanto está encurvado debaixo do peso que carrega... Enfermidade, pecado, ferida ou opressões, não poderá dar o melhor de si.
Alguma coisa aconteceu naquele dia, Jesus entrou na sinagoga. E Ele não se impressionou com aquele ambiente de religiosidade, ofertas, obediência rigorosa aos estatutos e ritos, nem a eloqüência da mensagem. Jesus entrou e seus olhos fixaram só em uma coisa... a mulher encurvada na última fila. As mulheres na sinagoga ocupavam os últimos lugares, elas não adoravam juntas com os homens, havia uma cortina que separava, mas Jesus a viu. Jesus vê.
Seus olhos percorrem toda a terra, tua casa, teu trabalho, tua escola, o templo, etc. Naquele momento Ele olhou e pode recordar que quando ela nasceu era uma criança saudável, uma jovem produtiva, até que um dia o inferno a atacou e veio sobre ela uma opressão demoníaca e a encurvou e nos últimos 18 anos a subjugou.
Ao seu redor estavam os que diziam conhecer a Deus e servi-lo, os presunçosos observadores da lei de Moisés, os que se ostentavam em dizer que eram da linhagem de Abraão e detentores de todas as promessas de Deus, permitiam que uma irmã na fé vivesse em tal opressão. Jesus se referiu a ela como uma filha de Abraão.
Aquela mulher tinha que ser liberta. Jesus a chamou, houve silencio na sinagoga alguém sussurrou! “Que faz este homem chamando essa mulher?” Literalmente Ele disse: “você está sendo liberta deste espirito de enfermidade”. E para não ficar só na palavra, Ele lhe impôs as mãos e a libertou. 18 anos encurvada e agora volta a se endireitar. 18 anos sem poder trabalhar, dar frutos, levantar a cabeça e as mãos e, num instante, volta a endireitar-se.
É provável que ela tenha dito: “Tantos anos entrei e sai deste lugar. Cumpri com minha religião, fiz tudo o que me ensinavam, fiz minhas orações, sempre trazendo meus dízimos e ofertas e não esquecendo dos sacrifícios. Mas foi este Homem que consegui solucionar meu estado de dor e sofrimento e se compadeceu de mim e me endireitou”.
Não deveria haver encurvados, pois eles estão assim por falta de controle, por ex: enfermidade, feridas do passado, decisões mau tomadas, por pecados cotidianos ocultos que não foram confessados e por serem coniventes com aquilo que é abominável diante de Deus.
Os encurvados não podem produzir nem dar frutos, pois estão impossibilitados, é necessário serem curados primeiro.
Assim como aquela mulher, encurvada e sem remédio, existem muitos hoje freqüentando nossas igrejas e Jesus pode te dizer agora: homem, mulher; endireita-te. É tempo de andar ereto. Levanta esta cabeça. Pare de olhar para o chão, você não nasceu assim, olhe para cima. Você nasceu para andar direito e me glorificar. No entanto, endireita-te em meu nome, isto não é um pedido, é uma ordem.
Tomamos posse daquilo que Jesus já conquistou para nós.Deus te abençoe


Escrito por: Pr. Djalma Barros

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